quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Porque nunca mais andei limpa desde que meu filho nasceu...

Porque tudo começou com o leite. Ah, o leite! Vazava o tempo todo, manchou todos os meus sutiãs e blusas. É, eu fui proibida pelo pediatra de usar o absorvente higiênico para seios. Dizia ele que eu poderia ter mastite. Tudo bem que eu não tive, mas bem que o leite empedrou, tive febre e tive que usar compressas geladas pra diminuir a dor... E lá ficou o cheiro do leite materno.


E então vieram as golfadas. Argh! Não gosto nem de lembrar!!! Houve um tempo, entre o terceiro e o sexto mês, que tudo que o Vinícius comia, voltava. E o cheiro NUNCA era agradável. Nem mesmo remotamente! Preocupados, levamos o pequeno ao médico. O diagnóstico? Olho grande!


E lá pelo quinto mês começaram as papinhas salgadas e o nosso martírio só aumentou. Porque as golfadas não paravam!!! E tinha uma tal papinha de espinhafre, pronta, que era um suplício: entrava bem, e saía mal. Fedia mais que banheiro de rodoviária. Lembrar dá enjoo... Já quase vomitamos juntos com os fedores horrendos das golfadas de papinha...

Com as papinhas e os dentinhos, vieram os Super Cocôs, que lotavam a fralda e saíam pelos lados. COMO ASSIM, ESSE MENINO TÁ CAGADO DE NOVO??? era o que mais se ouvia em casa. Surgiram os primeiros par-ou-ímpar pra definir quem trocava a fralda. Isso porque nem citei as inúmeras vezes que o xixi foi parar na minha roupa, faltando um "beiço de pulga" pra ir pra minha cara... Cada Super Cocô gerava horas de reclamação e choradeira. Baldes e baldes de roupa de molho, tentando tirar as manchas do cocô. Caixas de sabão em pó gastas por causa de meia dúzia de shorts do menino. E os Super Cocôs não diminuíram, as fraldas é que aumentaram. Mas ainda vaza de vez em quando, gerando mais e mais lágrimas, lavadas de mão, recriminações ("você aprontou pra mim! eu sei!"), e álcool em gel, MUITO álcool em gel...

Hoje em dia estamos na fase do "deixa eu andar que eu sei!". E por isso mesmo, tudo vem parar na minha roupa. TUDO. Desde sachês de catchup que viveram anos no piso, até mesmo formigas e comida que cai da boca. Isso quando essa dita cuja comida não cai da boca EXCLUSIVAMENTE pra vir pra minha roupa! Sem contar nas mãos, sujas de tudo que possa imaginar, das babas infinitas (ainda tem dentinhos nascendo...), das ainda existentes golfadas de mamadeira (pelo menos o leite Ninho fede menos que o outro quando é regurgitado!)...

Eu costumo dizer que antes de ter um filho, meu cheiro era Victoria's Secret, perfume Carpe Diem, xampu O Boticário, desodorante Dove; agora o cheiro é leite azedo, comida vomitada, cocô e xixi. Mas sinceramente? Não troco esses fedores por nenhum cheiro bom. Porque não há coisa igual a receber um abraço apertado de manhã. Um beijo gratuito à noite. Um balbucio de qualquer coisa ininteligível seguido de um sorriso com poucos dentinhos, ainda minúsculos. Uma caminhada audaciosa de vinte passos com uma queda homérica de bunda no chão, e um sorriso imenso. Não há prazer que pague ver seu filho, aquela "coisica" que cresceu e saiu de você e que tem os olhos de alguém que você ama, crescendo e aprendendo coisas novas todos os dias. Não tem porque trocar os "fedores" de uma vida de aprendizados e felicidades nas coisas pequenas por perfumes caros e cremes importados. Porque no fim de tudo, o que mais conta é que ele vai dizer daqui a um tempo: "Mãe, te amo muito! Obrigada por tudo!". E isso, não tem cheiro que pague.